Para adquirir um veiculo aquático tipo “Jet ski", você terá que levar em conta vários fatores:
1- Tipo de jet: O Jet sentado é mais confortável e fácil de andar, mais indicado para percursos longos, enquanto o tipo “em pé” é mais esportivo e exige mais habilidade para sua condução e algum preparo físico. Quanto aos sentados, existem modelos de 2, 3 e até 4 lugares. A motorização pode ser de 2 ou 4 tempos, e os jets podem ser básicos, intermediários ou “top”de linha.
Quantos aos modelos disponíveis no mercado nacional, os mais populares são Yamaha, Kawasaki e Sea Doo. Existem algumas outras marcas, mas sem expressão no mercado brasileiro.
Motores a 4 tempos:
A tendência mundial são os motores a 4 tempos, possuem algumas vantagens em relação aos 2 tempos como maior durabilidade, economia, menos poluentes e não requerem adição de óleo ao combustível.
Os contras: São mais pesados, maior número de peças e mais caras, manutenção mais sofisticada e requer assistência técnica especializada.
Motores a 2 tempos:
Esses motores são os que equipavam a maioria dos jets até aproximadamente 2003, quando apareceram os 4T. Suas características são: menores e mais compactos para a mesma potencia em relação aos 4T, menor número de peças, mecânica mais simples, peças mais batatas, são mais fáceis e baratos de consertar em caso de quebra, assim como a mão de obra também.
2- Estado geral do motor, casco, se a manutenção está em dia, (é cara aqui no Brasil, por isso um jet com boa manutenção pode valer mais) e documentação. Tem também que saber que tipo de jet ski está procurando, se o de andar em pé ou sentado, pois são completamente diferentes.
No caso de um usado procure ter o parecer de um profissional, e verifique com o mesmo os seguintes itens:
A- Casco: Se há trincas ou rachaduras na fibra. (Pequenos e muito finas trincas nas parte onde a estrutura trabalha também conhecidas como “pé de galinha” normalmente somente na camada de gel que é a “pintura” do jet. Esse tipo de trinca é superficial, não trazendo danos a estrutura.
Verifique a parte inferior, onde normalmente um jet usado tem riscos por parar na areia da praia ou beira de rios e lagos, onde há pedras, conchas etc...que pode até furar a fibra. Riscos superficiais de até 2mm não comprometem, mas maiores que isso tem que ser verificado.
Uma dica também é verificar a fibra por dentro nos pontos onde é possível enxergar, debaixo do compartimento de carga dianteiro e traseiros, entre motor e o tanque...etc.. Verifique se há reparos ou remendos na fibra, e se houver se estão bem feitos.
B- Motor: Há muita diferença entre os 2 e 4 tempos, mas algumas coisas básicas devem ser verificadas. A primeira delas é a aparência externa, se a pintura estiver um pouco descascada não quer dizer muito, o importante é não ter muita ferrugem, pois normalmente se há ferrugem externa também haverá internamente, e ferrugem é um abrasivo, uma espécie de lixa, e provoca e desgaste prematuro das peças internas, bielas, rolamentos levando o motor a quebra precoce. Os 4 tempos são menos suscetíveis a essa ferrugem interna pelo fato de estarem banhados de óleo, mas no caso dos 2 tempos o óleo queima junto com a gasolina e é eliminado.
Não deixe de verificar a compressão do motor, essa medida varia de uma marca para outra, é preciso um relógio medidor, observe se há vazamentos externos, puxe o motor para os lados para verificar se os coxins que prendem o motor ao casco não estão rompidos, de uma olhada na parte elétrica se os cabos não apresentam remendos, trincas, ou ferrugem nos terminais...
Por fim ligue o motor com água, para escutar se há barulhos estranhos, no caso dos 2T um pequeno “grilo” é normal por causa do desgaste dos pistões, é a famosa “batida de saia”. No caso dos 4T verifique quando você acelerar o motor se o mesmo não queima óleo, esses motores não podem expelir fumaça.
C – Transmissão e turbina: Alguns jets quando estão em marcha lenta e fora da água, porque estão sem tração no Hélice, ( como um carro em ponto morto) apresentam um barulho como se fosse um sino batendo, principalmente no caso dos Sea Doo que a transmissão possuiu o sistema de encaixe de estrias nas 2 extremidades do eixo, no caso do Yamaha e Kawasaki o encaixe junto ao motor é com um sistema de amortecimento, essas estrias começam a apresentar desgaste e criar folga gerando esse barulho. Uma vez andando a tração o elimina.
Outros barulhos que podem vir da turbina são nos rolamentos ou o hélice raspando na cinta que envolve a mesma, folga que tem que ser a mínima possível, em linguagem popular tem que passar uma folha de papel entre o hélice e a cinta, se a folga for muito grande o jet irá cavitar, (patinar) principalmente na arrancada. Você pode verificar essa folga olhando-a dentro da turbina e verificando a folga através da luz que passa entre as peças. Não deixe de olhar o jet por baixo, você poderá ver o hélice e verificar se não está danificada.
D – Acessórios: Verifique se os instrumentos do painel (caso haja) e o sistema de trim (caso haja) estão funcionando. Verifique se há folga na coluna de direção, as borrachas de vedação do banco e tampas dos compartimentos de bagagem, e se os mesmos estão fechando corretamente.
Se puder andar com o jet antes da compra é o ideal, porque alguns problemas como água entrando no casco, problemas na refrigeração, desempenho e outros mais só serão detectados dessa forma.
3 – Documentação: Jets novos vem com a respectiva nota fiscal, mas no caso dos usados, principalmente os mais antigos, que já passaram na mão de vários donos geralmente não possuem. A Capitania dos Portos que é o órgão responsável pelo registro das embarcações, às vezes retém a nota quando da primeira inscrição, outras vezes não, dependo do local do país, etc...deveria haver um padrão de funcionamento, mas na prática não há. Esse serviço tem melhorado de uns anos para cá com a informatização.
O jet como toda lanchas e outras embarcações tem um certificado emitido pela Capitania dos Portos dividido em 2 partes, como os documentos de veículos, uma é para se transitar com a embarcação e a outra parte é o recibo de transferência no caso de venda. O mesmo tem que ser transferido em até 15 dias após a data de venda no recibo, passado esse prazo incidirá uma multa no ato da transferência. O certificado também tem validade, verifique se o mesmo está valido antes de transitar com o jet. Acompanham também o seguro obrigatório que é pago em seguradoras (como de automóveis) e um termo de responsabilidade exigido pela Capitania.
É bom também verificar junto a Capitania dos Portos em que o mesmo está inscrito, através de seu número e nome de inscrição, para verificar se não há débitos, multas ou pendências administrativas sobre o mesmo.O jet deve possuir o número de inscrição, que é como a placa dos veículos.
Bom, é isso, procure analisar todos os itens antes da compra porque o conserto de um jet ski não é lá dos mais baratos! Verifique com quem está te vendendo se o jet tem garantia ou não, normalmente os vendidos em lojas possuem, a não ser que você assine algum termo isentando-a da garantia por algum motivo de negociação ou estado do veículo. Caso haja garantia o Procon fala em 3 meses. Coloque tudo no papel, de “boca” sabe como é, depois fica o “dito pelo não dito”.
Agora no inverno é uma boa hora para compra um jet porque a oferta é maior que no verão, onde no último ano faltaram produtos.
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